Em tom ríspido
Em tom cortante
A resposta foi curta
Curta demais
“Me deixe só”
“Vá embora”
“Não”
Silêncio
Silêncio que ecoa gélido
Em algum lugar da mente
O único lugar que parecia seguro
Começo a ver o lodo pelos cantos
Lodo que sobe sorrateiro e impuro
Cobrindo cada superfície verdadeira
Decepção
Decepção que afunda até onde não existe fim
Um dos grandes pisos de mármore branco se parte e despenca
Seguido de mais vinte
Deixando visível um grande túnel negro
Á deriva, escorreguei no lodo
Desespero
Desespero que é desprovido de pregas vocais
Lamentos se perdem na escuridão
Gritos mudos se afogam
Uma eternidade se passa
Desconfiança
Desconfiança que atinge o fundo com um baque abafado
Lado algum é confiável
O bote de dentes afiados que nunca vem
Mas que espreita no escuro
Sem espaço para correr
É aqui que o fim da linha começa
Ossos no chão
Datam quantas vezes já vim parar aqui antes.
Nida 𝔅. 🖤